sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Da outra dentro de mim.

Eu não sou uma pessoa ruim. Isso eu sei e tenho certeza que não sou. Mas também não sou uma Barbie boazinha que só faz coisas certas. Pelo contrário, meus vinte e poucos anos de vida foram adubados com muita merda.

Ontem eu relembrava umas dessas coisas horríveis que já fiz por aí. Confesso que senti vergonha de mim. Hoje, essa merdas estão apenas nas lembranças, mas ainda me tiram o sono de tanto arrependimento.

Eu já me meti no meio de um relacionamento sólido, saudável (talvez nem tanto assim, caso contrário não teria acontecido nada do que aconteceu), por puro egoísmo. É, gente, única e exclusivamente por egoísmo. Naquela época eu não enxergava as coisas com essa clareza, mas de qualquer forma, não só fui egoísta como muito sacana.

Me envolvi em um relacionamento virtual com alguém alguém comprometido. Não foi nada planejado. Aconteceu meio de surpresa. Uma amizade que foi crescendo, crescendo, e foi ficando íntima, foi ficando colorida, e quando percebi, ele já estava apaixonado por mim.

Eu tive todas as chances de acabar com aquilo, mas não fiz. Melhor, eu fiz, mas voltei atrás. Eu estava numa fase ruim, muito ruim. Precisava daquelas palavras, daquele carinho, daquele amor. Mas pra mim, aquilo jamais seria uma coisa real. Eu tinha plena consciência que era algo virtual. Aquilo me satisfazia. Mas eu esqueci de perguntar se era também o que ele queria. E não era.
Ele queria algo real, algo que saísse das telas do computador. Algo que ele pudesse tocar. No fundo eu sabia disso, mas ia enrolando, enrolando, sempre inventando um jeito de ficar longe.

Uma coisa eu sei que eu fiz certa nesse enredo todo: eu sempre pedi que ele não acabasse o relacionamento dele para ficar comigo. Sempre deixei claro que aquela situação não me agradava, mas também não fazia nada para ir embora.
Eu me sentia viva com aquelas cartas de amor, com aquelas declarações, com aqueles telefonemas, mensagens, emails..mas era só isso que eu queria.

Quando ele acabou com um noivado de três anos para finalmente me conhecer, eu dei pra trás. Me escondi, fugi e fui muito covarde. Deixei que ele mesmo percebesse que eu não estava a fim. Não fui forte o bastante para dizer que eu não queria nada real com ele. O resultado não foi outro: dor, lágrimas, sofrimento (para ambos os lados) e muito arrependimento.

Um ano se passou. Não nos falamos, não conversamos e nem esclarecemos as coisas, apenas deixamos cair no esquecimento. Meses atrás ele me procurou como se nada tivesse acontecido. Falou que estava bem, que havia voltado com a noiva e outras bobagens. Falei da minha vida, de como eu estava profissionalmente, amorosamente..e só. Talvez esse tenha sido o meio que encontramos de pedir desculpas. Algo com meias palavras. Algo do tipo" eu estou bem. Superei aquela merda".

Me arrependo de não ter dito pra ele o quanto aquela história me fez sofrer. O quanto o arrependimento me torturou nos meses que não nos falamos. Mas acho que foi melhor assim. Graças a Deus as coisas terminaram bem para nós dois. Talvez um dia eu ligue para ele e peça desculpas. Talvez mande um torpedo SMS, ou talvez eu deixe tudo como tá e enterre esse passado de vez.

Talvez..

Talvez..

Talvez..

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